Ahhh esse Coronavírus, conseguiu atrapalhar todos e tudo, inclusive o amor entre lençóis. Os cenários são os mais variados, casais que convivem no dia a dia tendem a manter a rotina amorosa, porém se um ou ambos andam circulando por aí existe a preocupação de transmissão pela relação sexual. Não se considera a Covid-19 como uma DST, apesar de alguns estudos já terem detectado o vírus no sêmen, não está claro se sua presença oferece potencial contágio, o fato é que a intimidade da relação sexual, envolvendo proximidade de vias respiratórias, bem como contato de diferentes secreções representa oportunidade de contágio pelo Coronavírus. Assim, em relacionamentos estáveis decide-se pelo risco calculado e toma- se a decisão de forma particular, considerando as características de vulnerabilidade dos envolvidos.
As estruturas emocionais dos relacionamentos passa por uma prova de fogo, ainda não está claro se teremos mais divórcios ou gestações nos próximos meses. A violência doméstica cresceu, a maior proximidade exacerba as já tão complicadas questões de gênero, em muitas situações o distanciamento não é necessário somente para prevenção de contaminação pelo Coronavírus, mas também para garantir o que deveria ser regra, o respeito.
Para quem não tem um par, os dias regidos pelo isolamento são um péssimo momento para buscar companhia física, enquanto a situação pede distanciamento, a sexualidade encontra caminhos. O slogan “seja sua melhor companhia”, chega como um convite ao auto erotismo e enquanto ficamos em casa a imaginação segue livre por aí, constatou-se aumento significativo de consumo de pornografia e de brinquedos eróticos. O uso de preservativo continua sempre recomendado para prevenção das inúmeras infecções sexualmente transmissíveis, porém esse cuidado não é suficiente para nos proteger do novo vírus.
Vai passar, a pandemia não durará para sempre, ficarão as reflexões sobre um momento em que podemos despertar para a sexualidade além da genitalidade. Sobre o significado do encontro íntimo consigo mesmo e sobre o quanto devemos lembrar do supremo prazer que é viver.
Cristiane Schneckenberg
Saúde e estética da mulher | CRM 14517
