Muitos de nós já percebemos que é passar um tempinho a mais em casa ou mudar uma rotina de trabalho para perceber o quanto isso afeta em nossa alimentação, não é mesmo? Por que será que em momentos mais turbulentos tendemos a comer de forma mais exagerada e/ou não saudável?
Desde pequenos, mesmo de forma indireta, fazemos da comida um pilar de ajuda. Vamos pensar num bebê, muitas vezes quando ele chora é acalentado com o colo e com o leite. Além disso, quem nunca ouviu ou vivenciou a mãe dando água com açúcar após um susto? O que acolhe é a atenção e colo da mãe, não o açúcar na água. E os filmes hollywoodianos que trazem sempre o fim de um relacionamento com a garota se esbaldando em doces? Sim, fomos condicionados a nos voltar para a alimentação quando estamos felizes ou tristes, com raiva ou comemorando. E isso acabou se tornando um comportamento aprendido, onde hoje vemos muitas dificuldades em modificar.
Muitas atitudes que temos na vida adulta são reflexos da nossa base infantil. Quando nos vemos em uma situação mais conturbada, acabamos por querer recorrer a fontes prazerosas para nos acalmar, nos dar “forças” ou minimizar angústias para conseguir lidar com um momento mais delicado, como a Pandemia, por exemplo. Período esse que traz tédio, medo, tristeza, solidão, insegurança, etc. Sendo assim, frequentemente precisa-se de algo positivo para manter a saúde mental, mas comer exageradamente pode ser positivo no momento mas as consequências não tanto.
O que devemos fazer então? A ideia é aumentar nossas estratégias para lidar com nossas emoções, que não seja apenas a comida. Busque outras fontes de prazer, outras atividades que gosta para usar como válvulas de escape nesses momentos. É hora de olhar para si e se conhecer, saber o que gosta de fazer e o que te traz alegria ou ao menos minimiza frustrações. Um banho mais demorado? Uma atividade física? Um trabalho manual? Brincar com os filhos? Meditação? São várias as estratégias, e se ainda não sabe, talvez seja a hora de se conhecer! A terapia pode vir como uma ótima aliada para esse processo de auto conhecimento e buscas por comportamentos mais adaptativos, buscando estratégias para trabalhar o que ainda incomoda. Faça isso por você!
Caroline Moraes Pereira Bigaski
Psicóloga CRP: 08/16831
