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Artigos Parceiros – O que mudou no atendimento odontológico com o COVID-19

por 13 de julho de 2020 Sem comentários

A pandemia pelo COVID-19 fez com que muitos profissionais de saúde modifiquem seus atendimentos, entre eles o Cirurgião-Dentista. Este momento proporcionou mudanças na Odontologia, ocasionando uma alteração expressiva na forma de atendimento e da rotina dos consultórios odontológicos. Conhecimentos sobre infecção cruzada, infecções respiratórias, formação de aerossóis e biossegurança devem fazer parte do nosso cotidiano a partir de agora.

A orientação nesse momento de pandemia é que o paciente deve comparecer ao consultório odontológico apenas em situações e Urgências e Emergências. Entenda quais procedimentos se encaixam nessas situações:

  • Emergências odontológicas:hemorragia, edema intra ou extra-oral e traumas com potencial de comprometimento de vias aéreas;
  • Urgências odontológicas:dores de origem endodôntica (pulpites, abscessos), traumática (traumatismo dental), periodontal (abscessos gengivais ou periodontais, gengivites e periodontites ulcerativas, pericoronarite) ou cirúrgicas (alveolite, remoção de suturas); necessidades de biópsia de lesões com suspeita de malignidade e necessidade de adequação bucal para pacientes oncológicos ou pacientes pré-transplantes de órgãos sólidos.

Em relação ao Consultório Odontológico

Quando se fala a respeito da consulta e recepção dos pacientes, estas devem ser sempre com hora marcada. O dentista não deve de maneira alguma, cumprimentar o paciente com aperto de mãos. Como o vírus pode ser trazido da rua pelos sapatos, uma opção de proteção é utilizar tapete específico antes da porta de entrada do consultório embebido em solução de hipoclorito de sódio a 1%.Ao entrar, o paciente deve vestir os propés que serão descartados na saída. Antes de entrar na sala de atendimento,  é conveniente aferir a temperatura do paciente com um termômetro infravermelho, sem contato. Se ele se apresentar com mais de 37ºC, deve ser remarcado para depois de 21 dias. Obviamente, se não for uma urgência. Contudo, é muito importante o bom senso e estudo de cada caso individualmente.

Biossegurança do Cirurgião Dentista:

  • O dentista deve ter feito a higiene das mãos antes e depois do contato com os pacientes, após contato com superfícies ou equipamentos e então fazer o uso de luvas de procedimento;
  • Uso de máscara N95/PFF2 ou equivalente para procedimentos que gerem aerossóis. Se não houver máscara N95 ou equivalente disponível, deve-se utilizar protetor facial em conjunto com máscara cirúrgica;
  • Uso de óculos de proteçãoe  protetor facial. Estes devem ser limpos e desinfetados de acordo com as instruções de reprocessamento do fabricante antes da reutilização;
  • Uso de gorro descartável;
  • Uso de avental descartável, por cima do jaleco, com mangas longas, punho de malha ou elástico e abertura posterior o qual deve ser adequadamente descartado após procedimento.
  • Uso de propés. 

Biossegurança do paciente:

Antes de iniciar o atendimento, o paciente já deve estar dentro do consultório com o uso dos propés. O profissional deverá fornecer óculos de proteção ao paciente para procedimentos que gerem aerosóis, touca descartável e iniciar o procedimento com bochecho durante 1 minuto com solução antisséptica, a qual recomenda-se que contenha água oxigenada 10 volumes. É importante remover o biofilme das superfícies dentárias do paciente antes de realizar qualquer procedimento.

Este novo cenário está provocando grandes mudanças na prática odontológica. A instituição dos cuidados citados, na grande maioria das vezes negligenciada pelo Cirurgião-Dentista, faz com que o procedimento odontológico seja realizado com a menor formação de aerossóis e maior biossegurança, reduzindo infecção cruzada, trazendo mais segurança para a realização dos procedimentos neste momento de pandemia.

 

Tuane Saad
Cirurgiã Dentista