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Angina Mesentérica: Quando o Fluxo Sanguíneo Compromete a Saúde Intestinal

por 23 de dezembro de 2024 Sem comentários

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A angina mesentérica é uma condição rara, mas potencialmente grave, que afeta o fluxo sanguíneo para o intestino. Assim como a angina no coração, ela ocorre devido à redução no suprimento de sangue, geralmente causada por estreitamento ou obstrução das artérias que irrigam o trato gastrointestinal. Este quadro pode levar a sintomas significativos e requer atenção médica imediata para evitar complicações mais graves.

O que é a Angina Mesentérica?
A angina mesentérica, também chamada de isquemia mesentérica crônica, ocorre quando há uma redução persistente no fluxo de sangue para os intestinos, geralmente devido à aterosclerose (acúmulo de placas de gordura) nas artérias mesentéricas. Essa redução de fluxo prejudica a digestão e a absorção de nutrientes, causando sintomas após as refeições.

Quando o fluxo sanguíneo é interrompido de forma abrupta, falamos de isquemia mesentérica aguda, uma emergência médica que pode levar à morte de segmentos do intestino.

Quais são os sintomas?
Os sintomas variam dependendo da gravidade e da forma da isquemia (aguda ou crônica).

Angina Mesentérica Crônica:
Dor abdominal intensa pós-prandial: ocorre cerca de 30 minutos a 2 horas após as refeições, devido ao aumento da demanda de sangue no intestino durante a digestão.
Perda de peso involuntária: os pacientes evitam comer por medo da dor, o que leva à desnutrição.
Náuseas e vômitos: especialmente após refeições grandes.
Distensão abdominal ou sensação de plenitude gástrica.
Isquemia Mesentérica Aguda:
Dor abdominal súbita e intensa, desproporcional ao exame físico.
Náuseas, vômitos, diarreia ou presença de sangue nas fezes.
Quadro geral grave, podendo evoluir rapidamente para choque.
Como é feito o diagnóstico?
A angina mesentérica pode ser desafiadora de diagnosticar, pois seus sintomas se sobrepõem a outras condições gastrointestinais. Uma avaliação detalhada é crucial, incluindo:

História clínica: dor abdominal típica pós-prandial e perda de peso são pistas importantes.
Exames de imagem:
Angiotomografia ou angiorressonância: ajudam a visualizar o fluxo sanguíneo e detectar obstruções nas artérias mesentéricas.
Ultrassom Doppler abdominal: uma alternativa menos invasiva para avaliar o fluxo arterial.
Exames laboratoriais: podem indicar sinais de isquemia, como elevação de lactato no sangue, mas não são específicos.
Qual é o tratamento?
O manejo depende da gravidade da isquemia e do estado geral do paciente.

Isquemia Mesentérica Crônica:
Mudanças no estilo de vida: controle rigoroso de fatores de risco, como hipertensão, diabetes e colesterol elevado.
Tratamento endovascular: a angioplastia com colocação de stent é a abordagem preferida em muitos casos, pois é menos invasiva e eficaz na restauração do fluxo sanguíneo.
Cirurgia de revascularização: indicada em casos mais graves ou quando a abordagem endovascular não é viável.
Isquemia Mesentérica Aguda:
Emergência médica: requer intervenção imediata para restaurar o fluxo sanguíneo e evitar complicações fatais.
Tratamento cirúrgico: pode incluir remoção de segmentos intestinais necrosados, além de revascularização das artérias afetadas.
Terapia medicamentosa: anticoagulantes e vasodilatadores podem ser utilizados para prevenir novas obstruções.
Por que é importante procurar ajuda médica?
A angina mesentérica é uma condição grave que pode ser confundida com outras doenças gastrointestinais, retardando o diagnóstico. Dor abdominal recorrente, especialmente após as refeições, e perda de peso sem explicação devem sempre ser investigadas por um especialista.

Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível evitar complicações graves e melhorar a qualidade de vida do paciente.

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